Conteúdo organizado por Zuleica Ramos Tani em 2022 do livro Educação 5.0 - Educação para o Futuro, publicado em 2020 por Cleyson de Moraes Mello, José Rogério Moura de Almeida Neto e Regina Pentagna Petrillo, pela editora Freitas Bastos.
Evolução Educação 1.0, 2.0 e 3.0
A história da evolução humana passa pelo conhecimento das Revoluções Industriais e Tecnológicas, entrelaçadas pelos avanços sociais e científicos. A percepção da transformação ocorre quando o ser humano inicia o processo de nomear os fenômenos, entendendo que a sua identificação gera estudos, curiosidade e análises que criam novos pensamentos voltados para a ação. Perceber que este processo é contínuo possibilita a visualização do novo.
O processo educacional está envolvido com os aspectos sociais e tecnológicos. Nunca se teve tantas informações e tão pouco tempo para aproveitá-las. O conhecimento passa de mão em mão sem a devida preparação.
É comum ouvirmos pessoas que iniciaram sua trajetória sem o conhecimento das ferramentas tecnológicas e raramente elas criam obstáculos para esta transformação. Os paradigmas precisam ser quebrados.
O novo sempre apresenta a insegurança, o medo, a incerteza e a desconfiança de que a zona de conforto continua o melhor lugar para ficar. Na educação, este sentimento impera, ao analisarmos que os professores, que iniciaram nesta profissão com tempo de trabalho maior do que 10 anos, não receberam treinamento para aceitar as atualizações e as modificações na forma de ensinar.
Toda evolução sempre causa contratempos e preocupações. Entender a sociedade e as possibilidades de inovação requer coragem. Neste sentido, é importante destacar como os processos evolutivos que atingiram e atingem o processo educacional moldaram a educação denominada 4.0. É preciso percorrer a linha do tempo, como define Mello (2022, p. 18).
O que determinou a classificação foi a evolução das máquinas, sendo elas:
A Indústria também acompanha a onda de 1.0 e 2.0, estabelecendo o paralelo entre o avanço das máquinas e a forma de trabalhar com este conhecimento. A Educação projeta o mesmo caminho.
Da prática em sala de aula, com as ferramentas de giz e lousa, até o uso da linguagem tecnológica atual, a compreensão do mundo como integração, é identificada por um emaranhado de teias. O labirinto é percorrido com o conhecimento e a curiosidade da inovação.
Há algum tempo, percebemos que ter a prática, nos bancos escolares, faz a diferença na hora de inserir alunos e alunas no contexto produtivo. O objetivo da escola é indicar os conhecimentos prévios para a cidadania. A Educação 4.0 contextualiza a implantação da tecnologia para fins de integração e desenvolvimento.
Para Mello (2002, p. 16), a educação está relacionada à revolução tecnológica, ou seja, uma educação ligada à linguagem computacional, utilização de inteligência artificial e Internet das coisas. Neste contexto, o aluno aprende fazendo.
Para entrar no cenário do trabalho, é preciso passar pelos bancos acadêmicos. Para entender os bancos acadêmicos, é preciso conhecer a revolução do cenário do trabalho.
A atualização constante dos currículos é primordial para que este paralelo seja estabelecido, intensificado e inserido em um contexto real de funcionalidade e crescimento. O processo ensino-aprendizagem requer o alinhamento das funções de automação industrial, inteligência artificial e o ser humano como criador, inovador e transformador. O mundo passa a ser real e as possibilidades infinitas.
A primeira ideia de educação tem por base o mito, a inspiração divina. É a primeira forma de aceitar o mundo, sem reflexão ou análise. É a verdade como ela é. Depois surgiu a Teoria do Conhecimento Clássico, onde causa e efeito são considerados ordens naturais. A racionalidade questiona o mito. Em seguida, surge a ideia da verdade pela fé difundida pela igreja cristã. Aqui está o início da Educação 1.0.
Mello (2002, p. 25) explica que a educação 1.0 está baseada na Igreja (escolas paroquiais ou presbiterianas), focadas no professor (sacerdote), destinada à formação de eclesiásticos. A vida escolar é o reflexo da vida social, onde os valores são medidos, aprendidos, ensinados e usados no cotidiano de cada época.
Acompanhando a Revolução Industrial, a Educação da era da linha de produção traz o conceito de repetição e mecanização. O aprendizado faz-se através do treino repetitivo. Cria-se a ideia de que quanto mais se copia, mais se aprende. Daí vem o conceito de decorar a tabuada ou escrever a palavra que errou 10 vezes corretamente. O professor é o detentor e transmissor do conhecimento, até porque, neste contexto, as salas de aula passam a ter um número elevado de alunos, perdendo a individualidade existente no período anterior. Ou o professor(a) manda ou ele não consegue atender a tantos alunos e alunas ao mesmo tempo.
A massificação da educação acompanha a produção em massa. O conteúdo é apresentado diretamente para os alunos, e a prática fica por conta de exercícios escritos, sem experimentação ou argumentação. A educação passa pelo modelo que foi denominado “educação bancária”: o conhecimento pertence ao docente e será transmitido aos alunos, sendo assim, o ensino é o ato de depositar, transferir e transmitir valores e conhecimentos. É uma pedagogia, portanto, em que o “professor ensina e o aluno aprende.” (Mello, 2002, p. 18).
A educação 2.0 traz a Pedagogia Diretiva como modelo tradicional ou conteudista. A centralização do aprendizado está no professor. A crítica a esta Pedagogia vem da própria sociedade, que recebe indivíduos, os quais não sabem pensar e não exercem o seu próprio direito de cidadania.
A Pedagogia de Transmissão, por sua vez, reconhece o conceito de troca. Isso significa que os pontos mais importantes da educação são as ideias e o conhecimento, fazendo com que o aluno passe a fazer parte do processo de ensino-aprendizagem. Apesar do ensino continuar focado no professor, há a implantação de novas ideias.
A consequência das novas ideias é a Pedagogia Relacional. Focada no aluno, que constrói o novo, através de experimentação e questionamentos. O professor é a ligação entre o conhecimento e a aplicação, problematizando, resolvendo, errando, acertando e aprendendo. Neste momento, tanto aluno como professor relacionam-se, interagem e aprendem juntos. O diálogo passa a fazer parte das atividades e o resultado é a cooperação.
O docente passa a ser facilitador da busca pelo conhecimento, selecionador dos recursos necessários para o desenvolvimento do aluno, motivador das iniciativas e construtor de grupos de alunos capazes de interagir e cooperar.
Os espaços escolares recebem novo formato e os professores precisam desenvolver as competências dos alunos em interações complexas, que “valorizam o ser criativo, flexível, capaz de programar soluções inovadoras para as questões do amanhã” (Mello, 2002, p. 25).
Esta é a era da informação e do uso de aplicativos e redes sociais. A Revolução Tecnológica 3.0 assume o papel do protagonismo educacional.
Conceitos Fundamentais: Conhecer os dados da educação 3.0 relacionado com as Educações 1.0 e 2.0 trará uma visão holística do processo ensino-aprendizagem. No blog, há o comparativo entre os modelos de educação e a importância do seu estudo e compreensão.
Materiais Complementares:
Os aspectos aqui apresentados demonstram a criação de uma educação voltada para a sociedade e para o entendimento do mercado de trabalho. A escola não é uma instituição isolada e a integração com os outros setores trará o diferencial na inovação do mundo.
As educações 1.0 e 2.0 são base para a transformação. O passado é importante para aprendermos o que podemos aproveitar. Afinal, as propostas concretizadas têm o papel de experimentos que podem ser tabulados e estudados. A educação 3.0 reúne os melhores instrumentos das duas anteriores e inova com outras direções, seguindo o ciclo de evolução.
Neste tema, apresentamos a importância do reconhecimento da atuação do ensino sob o prisma dos setores sociais e do trabalho, criando um paralelo para o crescimento e inovação. Conhecer o que aconteceu no passado e interpretar o presente, inspira-nos para a construção do futuro. A educação sempre será um dos pilares de qualquer sociedade e a sua adaptabilidade definirá a continuação dos processos produtivos.
Referências
Bibliográficas
Mello, C; Almeda Neto, J; Petrillo, Regina. (2002). Educação 5.0 - Educação para o Futuro. Editora Proesso.
Metodologia de Ensino e Avaliação - Edu510 - 1.1
Evolução Educação 1.0, 2.0 e 3.0
Imagens: Shutterstock
Livro de Referência:
Educação 5.0: Educação Para o Futuro
Cleyson de Moraes Mello, José Rogério Moura de Almeida Neto e Regina Pentagna Petrillo
Freitas Bastos, 2020.